segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu voto MPA !!

Ora, ontem tivemos eleições. Legislativas, para o caso. Uns senhores e umas senhoras prometeram umas coisas, fizeram-se uns boletins cheios de quadradinhos e siglas estranhas e pediu-se ao povo que saísse de casa ao Domingo para fazer cruzinhas (mas ao que parece nem todos foram na conversa: "sair de casa por causa de um rabisco, homessa!") Pois bem, como cidadão preocupado que sou, cumpri o meu dever, usufrui do meu direito e lá fui eu votar. Foi muito giro, hei-de ir mais vezes. Pena não ter podido trazer a caneta, era toda marada.

Quanto a cores políticas, naah, não gosto, muita confusão, troco esquerda com direita e vou em frente. Por isso, devo dizer que nisto do votar sou MPA, ou seja, Movimento Perpétuo Associativo.
Artista: Deolinda; Compositor: Pedro da Silva Martins ---> Presto tributo a estas vossas palavras! São mais verdadeiras do que qualquer um dos cartazes que enfeitam as ruas do país.

"Movimento Perpétuo Associativo

Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

- Agora não, que é hora do almoço...
- Agora não, que é hora do jantar...
- Agora não, que eu acho que não posso...
- Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

- Agora não, que me dói a barriga...
- Agora não, dizem que vai chover...
- Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!

- Agora não, que falta um impresso...
- Agora não, que o meu pai não quer...
- Agora não, que há engarrafamentos...
- Vão sem mim, que eu vou lá ter..."

Já agora deixo o link http://www.youtube.com/watch?v=us9dIcLjfKM

Jack Pot

P.S. - "Vão sem mim, que eu vou lá ter!!"

1 comentário:

  1. Sem dúvida que o MPA reflecte bem a alma que os portugueses têm para adiar as coisas que têm para fazer apenas pelo motivo de não lhes apetecer fazê-las (mas sempre devidamente justificado com a desculpa mais esfarrapada que encontram...).

    Falando agora das eleições: mais do mesmo! É de espantar a capacidade que a política portuguesa tem para não produzir nada de novo. Temos ideias antigas com novas embalagens, programas que não se centram na apresentação de um rumo para o país, mas que assentam sobretudo em desfazer tudo o que outros fizeram, apenas para ver se caçam o voto das classes sociais que viram as suas regalias fortemente diminuidas. E depois temos as medidas que são sempre exactamente as mesmas de eleição para eleição mas que, seja quem for o partido (ou partidos...) no poder, nunca foram, nem são, nem serão aplicadas.

    O que é que penso? Já que a classe política não consegue auto-renovar-se, talves tenha que ser o povo a fazê-lo. Não ficando em casa, não votando em branco, mas votando realmente em consciência, sabendo o que se está a fazer.

    Foi o que eu fiz. Não votei num partido minoritário, devo dizê-lo. Isto porque se, para os partidos maioritários todos os problemas são dificílimos de resolver, para os minoritários são de demasiado fácil resolução...

    Temos que participar e incentivar os jovens a enveredarem pela política, a terem uma participação cívica efectiva e não apenas esporádica (que normalmente se centra apenas a dizer mal de tudo, sem esboçarem um mínimo de pensamento constructivo). Temos que, finalmente, e ao fim de 35 anos de democracia, começar a colocar nos altos cargos políticos pessoas inteligentes e não apenas aquelas que, ou aparentam ser sérias, ou então aquelas que apenas têm retórica.

    Bem, a minha intervenção já vai longa, por isso fico-me por aqui... É esta a minha visão sobre as nossas politiquisses...

    Bela Adormecida

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Cartas de escárnio e mal-dizer