domingo, 30 de agosto de 2009

Eu e ela no monte

Neste momento, com a Agosto a queimar os últimos cartuchos e dezenas de milhares de portugueses a regressarem de férias, também regressam os meus escritos. Pois este Agosto que termina deixou algumas histórias para se contarem e há uma que, sem dúvida, gostava de partilhar convosco, porque não há nada como um dia na montanha.

Há umas 2 semanas atrás decidi, pela fresca da manha, dedicar umas horitas a uma companheira muito especial, de experiencias, dores, alegrias, altos e baixos, mudanças e muito mais. Eis que fomos, então, ao encontro da natureza, e quando estávamos os 2 a desfrutar daquela magnifica manha como ninguém, ela começou a cansar-se e a perder as forças, a pobre muito chiava e gemia, pedia a todo o custo para eu reduzir a intensidade com que me movia, para ela já não dava mais e, então, tive de ser eu a puxar sozinho, a dar tudo de mim, a leva-la até mais perto do céu, e ela de baixo de mim apenas gemia e se contorcia, a pobre nunca em tal dura experiencia tinha estado! Mas eu não desisti e com toda a força que tinha dava-lhe a minha energia para q a máquina não parasse e tudo se perdesse e, a pouco e pouco, lá subimos a montanha até à felicidade!

Se ainda forem a tempo, um domingo deste Setembro mais fresquinho, peguem na vossa bicicleta e subam um monte, porque a alegria da auto-superação, o sentimento de esgotamento misturado com o esplendor da paisagem lá em cima e a tranquilidade da natureza valem a pena (e, claro, a descida para os mais aventureiros).

PS: Espero que não tenho pensado coisas maldosas pelo meio e, já agora, aproveitem a vida, vivam a natureza, cuidem da saúde!


MSN

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O mundo às avessas

Caminho com o espírito livre que me caracteriza, procurando na simplicidade a beleza da vida. Mas, de tempos a tempos, o trilho que percorro separa-se em dois, e sou obrigado a parar e a pensar por qual deles seguir.
"Qual deles é o correcto? Qual me levará a porto seguro?" - a verdade é que nunca se poderá ter a certeza. Não tenho mais senão que usar o instinto e decidir em conformidade com o que a consciência e o coração me aconselham. E assim faço. (gosto de dormir durante a noite)

No entanto, pergunto-me por vezes o que terá acontecido aos "Jack Pot" que em universos paralelos seguiram a outra direcção, em cada uma das decisões que tomei até hoje. Serão muitos milhares de milhões de biliões estes universos, e a imaginação tem neles uma folha branca à espera de um desenho.

Talvez eu seja jogador de futebol num deles, ou corra mais depressa que o Bolt num outro (não, não me parece...xD). Talvez me tenha convertido ao paganismo greco-romano ou seja diplomado em Astronomia. Talvez não conheça o MSN ou a pessoa que mo apresentou (que mundo sombrio). Talvez seja poeta, ou piloto, ou pirata, ou actor ou até, quem sabe, agricultor. Talvez tenha morrido...talvez tenha ganho asas e voado para o céu. As hipóteses são tantas que, aposto, fazem o infinito sentir-se invejoso.

Porém, tenho a certeza de que num desses mundos irreais, ou longínquos, estarei a escrever, mas não sobre cenários fantásticos, como agora. Escreveria, provavelmente, para alguém que estivesse longe, como em França, ou na Lua. Para alguém que sentisse a minha falta como se sente o coração saltar no peito. Para alguém que ouvisse a minha voz ao ler as minhas palavras. Para alguém a quem não teria que escrever se estivesse num outro universo, filho de um outro caminho.

Este mundo está do avesso. Vou endireitá-lo na próxima bifurcação. ;)

Jack Pot

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Insulto ao Minho

Deus criou o Homem, o Homem criou a TVI e a TVI criou as telenovelas portuguesas. Até aqui tudo bem. Quer se goste quer não, são um produto muito bem explorado e de enorme sucesso.
Nada a apontar ao valor comercial.
Por outro lado, o seu valor social e cultural é, na grande maioria dos casos, tangencialmente inexistente.

Vou fazer um esforço e, desta vez, abster-me de críticar a saga dos adolescentes sem sal que todos os fins de tarde lava o cérebro a milhares de jovens em crescimento.
O alvo da minha fúria (sendo que todos os familiares de raiva seriam aqui bem empregues) ocupa o chamado horário nobre e entitula-se "Deixa que te leve".
Depois da passagem por Algarve, Açores e Madeira foi a vez da Camâra Municipal d'Arcos de Valdevez abrir os cordões à bolsa, e as filmagens da estação independente rumaram ao norte. Tal como se esperaria, a vila e os arredores rurais são várias vezes expostos, lado a lado com a sua enorme beleza. No entanto, acredito que os autarcas arquenses nunca teriam pactuado com esta encenação caso fossem cientes da atmosfera que seria montada em volta das suas gentes. Os arquenses são pura e simplesmente ridicularizados nesta novela. Exibidos como neandertais tacanhos, preconceituosos e presos num tempo que já passou. Repetidamente rebaixados, de forma presunçosa e pouco subtil, perante a iluminação divina que parece assombrarr os homens da capital.

Enquanto minhoto que sou também, devo dizer que me sinto humilhado. As minhas gentes não são como aqui as caricaturam. E bem sei que não é esta negação que faz da verdade o que ela é. A verdade está sempre à vista daqueles que a queiram encontrar, não serão sátiras mundanas a conseguir sujá-la.
Não percebo como pode algo tão ruim, tão desfasado da realidade e até insultuoso ser transmitido em canal aberto para toda a nação, e menos percebo que o seja sem que uma crítica à altura se faça ouvir. Por isto decici eu juntar estes ramos e acender a fogueira, na esperança de que me tragam grandes achas que alimentem este fogo.

Não façam de nós o que não somos!

P.S. - Só alguém de fora para escrever um guião onde se diz "Aqui, em Arcos". Ainda que correcto, é profundamente irritante!! Usem-se os apóstrofos, abuse-se da linguagem, fale-se como o povo fala (ganhem-se prémios Nobel...), sejamos naturais, sejamos portugueses!

Jack Pot

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Desabafos de Poseidon

Deitado na praia sobre os pequenos montes e vales arenosos, de costas voltadas para o Sol, ouço o mar falar de uma sereia.

Escondo a cara entre as mãos procurando a penumbra, e escuto.
O seu ronronar embala-me, como os braços de uma mãe a uma criança. Sinto-me desligar até ao ponto em que o consciente e o subconsciente se cumprimentam e é então, entre a realidade e o sonho, que o ouço falar. Usa a minha voz e suspira compassadamente. Conta-me como se sente bem ali. Quente! Confortável sobre a areia fina, divinamente integrado entre o céu e a terra.

Mas não é a harmonia de espírito que o traz ali. Não, é algo mais que o move. Uma ânsia que vem das suas profundezas e lhe turva a razão.
Lutando com o impulso, banha aquela praia atraido pela esperança de encontrar uma sereia que o fascina. Em cada querer sente o mar um não dever, mas o cantar de perdição é tão forte, tão puro, tão cristalino...Incontornável!

Porém, distante.
"Estou preso aqui, não posso ir mais além", diz-me reconfortado.
Não tem mais que os sussurros que o vento lhe traz, laivos de um paraíso que não vê. Os murmúrios chegam-lhe por partes, como pedaços de um manuscrito rasgado que boiando à superfície de um lago se apanham com cuidado, e fazem-no duvidar se a sereia o chama, ou se ele o sonha de tanto o querer. Quando crê tê-los apanhado todos, o vento parece enfurecer-se, corre, assobia, e devolve ao lago os pedaços do mapa desejado.
A imagem da deusa desvanece-se lentamente...

Acordo do meu transe com areia na cara, no mesmo momento em que o vento adormece e devolve a calma à praia. Olho ao fundo e vejo o mar balançar-se serenamente. Imenso, imponente, majestoso como sempre. Estranhamente calado agora.
Viro-me de rompante, num reflexo instintivo, procurando algo, alguém...a sereia de que ouvi o mar falar-me. Mas não, não tenho mais sorte do que ele. Estou rodeado pelos mesmos mortais que me acompanhavam antes daquele devaneio. Olho-os fixamente e a familiaridade das suas expressões levam-me a ponderar quanto de verdadeiro haveria no meu fugidio momento de loucura:
"Eu ouvi o mar falar?! Não pode ser, o mar não fala."

Ou será que fala?


Jack Pot

12 meses, 12 causas

“12 meses, 12 causas” foi uma campanha de sensibilização que a TELE5 (canal televisivo espanhol) utilizou durante vários anos, com o intuito de alertar a população espanhola para os mais diversos problemas da sua sociedade. Aproveitando esta ideia vou a cada mês tentar sensibilizar-vos para os mais diversos problemas da sociedade portuguesa e mundial.

Agosto, sinistralidade rodoviária!

Como já milhentas vezes foi dito para colocarem o cinto, para não beberem, para não fumarem, para não falarem ao telemóvel, enquanto conduzem e de pouco resultou, decidi mostrar um vídeo, que já passou em Portugal, para que os condutores portugueses finalmente percebam a responsabilidade que é conduzir.

Também pode ser o seu filho o próximo, também pode ser você a tirar a vida a uma criança!


MSN