Quando a vi naquele fim de tarde, não resisti!!
Havia várias semanas que lutava contra o instinto, mas nesse momento fui finalmente vencido. Esmagado. Completamente destroçado pelo meu lado selvagem.
Eram sete da tarde e o Sol aproximava-se, vagarosamente, do horizonte, fazendo com que tudo em volta espelhasse tons alaranjados muito vivos, quase rubros. Como as minhas faces, que ardiam só de a olhar.
Ali, empoleirada naquele muro, e tendo o céu azul como pano de fundo, brilhava resplandecentemente. Estava esplêndida. Enlouquecedoramente apetecível.
Dei um passo em frente para poder vê-la mais de perto. Um passo calado, que não denunciasse a minha presença.
Não denunciou.
Era realmente bela. O pescoço alto, o peito perfeito, as coxas fortes, uma verdadeira deusa. Digna de representar a espécie.
Espiada há já tanto tempo em silêncio, pareceu sentir a minha presença e voltou-se para mim. Fitou-me de lado, com um olhar vazio, distante. Do alto do seu pedestal sabia que eu estava a admira-la e decidiu ignorar-me.
Foi então que cedi. Não podia resistir-lhe mais. Não era possível que alguém pudesse.
Girei sobre as pontas dos pés e percorri o caminho que ali me levara minutos atrás.
Movia-me tão concentrado, tão convicto do que queria, que nem reparei na minha querida avó aparecer-me pela frente, quase esbarrando nela.
Nenhum dos dois se magoou e eu fiquei feliz por tê-la encontrado tão depressa, era exactamente a pessoa que eu procurava naquele momento. Com um dedo apontei-lhe o objecto dos meus delírios, ganhei folêgo, e pedi-lhe:
"Avó, por favor, mata aquela galinha e faz arroz de cabidela!"
O resto da história não será difícil de imaginar.
Aquela galinha era realmente tão gostosa como parecia ser.
:D
Jack Pot
sábado, 25 de julho de 2009
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Cartas de escárnio e mal-dizer